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Karuizawa: charme e histórias para contar

  • Foto do escritor: Anna Paula Maranhão
    Anna Paula Maranhão
  • 23 de nov. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de out. de 2024

Um vulcão ativo, restaurantes contemporâneos, muitos ciclistas nas ruas... Descrevo Karuizawa, uma cidade resort próxima de Tóquio.


Em outubro de 2018, eu, a minha família e um casal de queridos amigos fomos à Karuizawa, uma cidade onde a natureza tem personalidade forte e o bom gosto se espalha com a sutileza dos restaurantes e hotéis contemporâneos. Nós realizamos um roteiro de dois dias. No primeiro fomos ao antigo centro da cidade, chamado de Kyu-Karuizawa, e na cascata Shiraito. Nós nos hospedamos em um hotel bem ao estilo japonês, o Kishutetsudo Karuizawa. No segundo dia fomos ao parque Onioshidashi, que fica no complexo do vulcão ativo Monte Asama, e almoçar no charmosíssimo shopping de céu aberto Harunire Terrace. Para mim, o passeio foi maluco, no excelente sentido, pois senti que estávamos em um lugar pequeno como um vilarejo, mas com referências ocidentais e atuais de grandes metrópoles.


Karuizawa: a natureza é a melhor amiga do estilo contemporâneo.

Vamos começar do começo (bem do começo):


Karuizawa tem em torno de 140 anos e quase 20 mil habitantes. É uma cidade resort nas montanhas perto de Nagano, no Japão. A sua história foi marcada por vários acontecimentos e influências externas lapidaram a cidade. Por exemplo, em 1910, a cidade atraiu a atenção de expatriados, especialmente alemães, que, inclusive, se reúnem por lá até os dias de hoje para conferências anuais dos mais diversos temas acadêmicos e profissionais; em 1942, foi campo de internamento de inimigos estrangeiros e diplomatas durante a Segunda Guerra Mundial. Os traços germânicos são notados na arquitetura e na disciplina do atendimento nos lugares turísticos.


A cidade vive em alerta, pois fica próxima ao Monte Asama, um vulcão ativo e monitorado por cientistas classificado pela categoria A (a mais alarmante). Em 1783, ocorreu uma erupção destrutiva e mil pessoas dos vilarejos próximos morreram. Em 2015, uma erupção significativa foi detectada, o vulcão expeliu rochas quentes e uma nuvem de cinzas.


Pé no pedal, ou que tal um clube de golfe?


Apesar da ameaça da natureza, as principais atividades divertidas da cidade são realizadas ao ar livre: golfe, ciclismo e caminhada. Vimos muitos clubes golfe por lá e os campos eram enormes. Há muitas trilhas nas florestas e as ruas e estradas são planas, por isso é prazeroso pedalar por lá. Há pontos de aluguel de "bice". O mais acessível é na frente da estação de Karuisawa.



Restaurantes e cafés que fazem muita gente feliz : )


Karuizawa tem restaurantes e cafés maravilhosos! São refinados por simplicidade e elegância. No primeiro dia da trip nós fomos no café Sawamura, no Kyu-Karuizawa, um centrinho muito charmoso. Lá, eu comi um dos calzones mais saborosos do mundão. O que mais nos chamou a atenção nesse café foi a disciplina e o silêncio da equipe que estava trabalhando na cozinha. Aurora, do céu! O time cozinhava coreograficamente. Foi muito lindo de ver o respeito que tinham entre eles e pela comida. Notem, por favor, na foto abaixo:




No segundo dia comemos em outro lugar incrííível, no Harunire Terrace, um terraço de madeira cercado por plantas. É, também, um luxuoso shopping de céu aberto e amigável para pets. Vimos um monte de cachorros kawaii! Dá uma olhadinha nas fotos abaixo. Tem o prato terrível que eu comi lá (mentira, estava uma delícia). Que tal uma massinha com cogumelos?



Contar carneirinhos em japonês (ichi, ni, san...)


Nós dormimos num hotel bem japonês, com tufons no chão, onsen e café da manhã bem típico - o Kishutetsudo Karuizawa. Esse hotel é legal, pois é pocket (bom pro bolso), por exemplo: o preço/pernoite é barato, pois é possível se hospedar em grupo e compartilhar um chalé e tem cozinha equipada à disposição.




Natureza de personalidade forte!


"Bora" viajar um pouco? Imagine uma cachoeira com o seguinte processo natural: ela nasce de um rio chamado Yukawa, mas não tem um rio para desaguar; a sua fonte nunca seca, mesmo no inverno e é formada pela água da chuva que cai no Monte Asana (o vulcão), que penetra no subsolo; a água leva cerca de seis anos viajando até chegar na queda d'água. A temperatura da água é relativamente alta, com 11,8º - resultante do efeito do calor geotérmico da atividade vulcânica. Baita processo, hein? É como se a natureza estivesse querendo nos ensinar uma aula de paciência. Essa cachoeira existe e se chama Shiraito no Taki, que significa literalmente "a cascata de fios brancos". Nós fomos lá no primeiro dia da trip.



Já o parque Onioshidashi, lugar onde fomos no segundo dia da viagem, também mostra que a mamãe natureza é singular. Em 1783, o Monte Asama entrou em erupção e os restos de lava sedimentaram as rochas do parque (confira nas próximas fotos). As pedras possuem formas curiosas, dentre elas a de um demônio. Dizem que esta pedra, em especial, foi estruturada pela lava em fúria. No centro do parque há um templo dedicado à deusa Budista da Misericórdia Kannon. O lugar é lindíssimo e denso de energia.



Karuizawa, então, se apresentou mostrando sua identidade forte. Um vilarejo, mas catalizador de tudo que há de bom no turismo atual. Um lugar histórico e tradicional, mas também contemporâneo. Lá, me senti o tempo todo curiosa e encantada como uma aluna que observa e aprende pelo exemplo dos grandes acontecimentos e pelas metáforas da natureza. Este pequeno e imenso lugar vai ficar na minha memória.







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Uau Aurora. 

Blog sur le Japon et portfolio d’Anna Paula de Albuquerque Maranhão.

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